Fabrizio Magaldi Messetti

Novembro Azul – Entrevista com Urologista Dr. Fabrizio Messetti

Categoria: Entrevistas Social

Para o Novembro Azul o Kara do Koelle fez uma entrevista com o Dr. Fabrizio Messetti. Urologista desde 2009, se formou e fez doutorado na Universidade Federal de São Paulo, pós-doutorado no MD Anderson Câncer Center – University of Texas. É especialista em Cirurgia Robótica pelo Memorial Hermann Robotics Institute – USA.

Pai de alunas do Colégio Koelle, Fabrizio também estudou conosco dos 4 aos 17 anos. Hoje trabalha dividindo consultas entre Rio Claro e a cidade de São Paulo.


Quando você percebeu que queria seguir essa profissão?

Fabrizio: Na verdade, sou filho de pai e mãe médicos, então desde muito novo frequentava os hospitais, e já gostava muito. Pra mim foi muito natural, sempre soube o que queria, diferente do meu irmão, por exemplo. No início tive uma dúvida entre carreira militar e medicina, mas no colegial tive a certeza.


Quais os desafios de estudar medicina?

Fabrizio: Quando entramos na faculdade de medicina temos muita confiança por ter passado no vestibular, mas quando chegamos lá, vemos que estamos lidando com várias pessoas no mesmo nível que você, então precisamos nos reinventar. Sei que no Ensino Médio já achamos a rotina bem puxada, mas na faculdade é mais complicado; a conciliação de estudar, ir bem nas provas e a vida social. Quando você entra nos estágios é uma realidade diferente, você demora um pouco pra se acostumar com aquilo, com o ambiente hospitalar. Mas é um desafio que todos conseguimos vencer. Mexe mais com a gente do que realmente precisaria.


É mais fácil lidar com as complicações ao longo do tempo?

Fabrizio: Você aprende a lidar, mas não fica mais fácil! Sofro muito com essa questão. Costumo ser tranquilo nas questões de operações e cirurgias, mas sofro com as complicações.


Como descobriu que queria ser Urologista?

Fabrizio: Na verdade comecei a trabalhar com transplante de fígado, foi uma grande oportunidade que apareceu para mim na época. É uma área muito emocionante! Estava bem decidido. Mas a Urologia me trouxe uma outra grande paixão que foram as cirurgias minimamente invasivas, as cirurgias robóticas, muito diferente das cirurgias hepáticas.


Você já pensou em desistir da medicina?

Fabrizio: Comparar sua vida com a dos estudantes de outros cursos acontece, mas nunca me questionei sobre medicina.

Quais são os cuidados que o homem deve ter para prevenção do câncer de próstata?

Fabrizio: Na verdade, não temos uma prevenção que conseguimos indicar além de manter uma vida saudável. O principal é o diagnóstico precoce, pois a grande incidência do câncer de próstata é ligada à genética, então o mais importante é o paciente manter os exames em dia.


Quais são os tratamentos?

Fabrizio: Antigamente, não tinham muitas opções, ou fazia a cirurgia ou radioterapia. Hoje já temos tratamento multimodal. Por exemplo, o mais importante e que cada vez ganha mais força são as cirurgias, que hoje temos 3 modos de retirada total da próstata: via aberta, via perineal ou via laparoscópica. Na via laparoscópica, temos a opção de fazer assistida por robótica, que é a grande inovação, onde o cirurgião controla o robô e conseguimos maior precisão de movimentos.

Por fim, ainda temos a opção de radioterapia, externa ou interna. E associada à radio normalmente usamos o hormonioterapia, que entra com a função de diminuir a testosterona do organismo, pois ela é a responsável por “aumentar” o câncer de próstata. E com essa redução do hormônio o tumor pode, inclusive, diminuir de tamanho.


Existem sintomas? Quais são?

Fabrizio: Em geral, não existem sintomas pois é uma doença muito silenciosa, por isso a importância de manter os exames feitos periodicamente. Mas ainda, tem alguns sintomas que aparecem quando a doença já está muito avançada, como dificuldades ao urinar e dor óssea, esta já é associada ao fator de metástase. Mas apenas em casos muito avançados.


Quais são as medidas necessárias quando é diagnosticado com câncer de próstata?

Fabrizio: Primeiro de tudo é o contato e seguir as recomendações de um especialista. Apesar do câncer de próstata ser uma realidade que mata no mundo inteiro, ele é um tumor muito lento, então o paciente normalmente tem bastante tempo para pensar qual é a melhor forma de tratamento. Vale sempre escutar mais de um especialista, para que o paciente se sinta o mais confortável possível com o tratamento.


Qual conselho você normalmente dá aos seus pacientes?

Fabrizio: São dois conselhos diferentes.

Para a prevenção: tenha sempre uma vida saudável. Não adianta manter os exames em dia e não ter uma vida saudável. Esse conselho ajuda não só a evitar o câncer de próstata, mas no seu corpo como um todo também.

Agora, quando o paciente já tem o diagnóstico, eu peço calma, pois é um tumor com grande possibilidade de cura e cada vez mais a medicina vem evoluindo para que aumente a qualidade de vida dos pacientes.

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