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Entrevista com Thomaz Moraes

Categoria: Dicas Educação Entrevistas Tecnologia

Nesta edição, o Kara do Koelle entrevistou Thomaz Moraes, especialista em comunicação digital, professor e proprietário da escola Sociall, em Campinas, dedicada à educação em redes sociais.

KK: O que significa comunicar-se bem nas redes sociais?

Thomaz: Muitas vezes ficamos preocupados só com a estética e com o tipo de conteúdo que colocamos na rede social. O comunicar-se bem pode ser muitas vezes comunicar com respeito, com transparência e se colocando no lugar da pessoa que vai receber esse conteúdo.

KK: Quem publica e compartilha conteúdo nas redes sociais tem consciência e responsabilidade em relação ao que isso pode repercutir?

Thomaz: Muitas vezes acreditamos que sim, mas sabemos que algumas postagens e alguns comentários muitas vezes ofendem. Acabam agredindo e interferindo negativamente na vida de muitas pessoas. Então, deveríamos sim pensar muitas vezes antes de colocar qualquer tipo de conteúdo, seja ele uma foto, um vídeo ou um comentário na rede, porque você torna isso público. Mas a gente sabe que muitas vezes isso não acontece. Então esse é um ponto sobre o qual devemos sempre refletir.

KK: Como as pessoas podem contribuir de forma positiva nas redes sociais?

Thomaz: Se tivermos um olhar mais empático, nos colocando no lugar de quem está recebendo essa mensagem, iremos diminuir muito esse ímpeto agressivo. Muitas vezes colocamos um conteúdo, uma mensagem ou um texto para combater o argumento de uma outra pessoa, e na verdade ele pode ser simplesmente um contraponto. Quando pensamos que isso pode também impactar a vida de alguém, seja positiva ou negativamente, temos que tomar um cuidado a mais com o tipo, com o volume e a intensidade dessa mensagem.

KK: Com relação às Fake News, como nós podemos nos proteger e distinguir uma notícia falsa de uma matéria ou um fato verídico?

Thomaz: As notícias falsas ganharam muita repercussão, principalmente nos últimos anos, por conta dos grandes eventos mundiais como eleições de presidentes em outros países, alguns movimentos na União Europeia e também no Brasil recentemente. Eu acho que temos que tomar um cuidado muito grande. Não é porque recebemos um link, seja numa rede de mensagens ou numa rede social, que temos que compartilhar. É nosso papel sim olhar, verificar a fonte. Você conhece essa fonte? É de um jornal que você conhece? É de uma emissora que você conhece? Ou não, você nunca viu falar desse site, por exemplo. Então vai atrás, pesquisa. Se a notícia está muito alarmista, desconfie, porque essa não é uma linguagem que os jornalistas costumam usar. Se ainda ficar na dúvida, dá uma pesquisada no Google, para ver se você encontra outras matérias falando sobre esse tema antes de apertar aquele botãozinho verde do WhatsApp, ou de outra rede, e passar essa mensagem para frente.

KK: Em relação ao marketing publicitário e político, como podemos fazer para nos defender e não sermos tragados por essa onda nas redes sociais?

Thomaz: Acho que tem um movimento que também nasce dentro de nós. Não é algo que a gente sempre viu, mas a criticidade é algo muito importante. Temos que ter um pensamento crítico quando recebemos uma mensagem publicitária, uma mensagem política e tentar de certa forma separar aquilo que pode ser verdade do que pode ser manipulação. Nós temos que exercer a nossa responsabilidade também. Eu não posso esperar isso de alguém, mesmo porque somos nós que compartilhamos, que curtimos, que comentamos. Então o nosso papel é ter um pensamento mais crítico com relação a essas mensagens, sejam elas comerciais, publicitárias ou políticas, para depois sim a gente poder compartilhar ou emitir a nossa opinião em cima dela.

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