O Colégio Koelle
No século XIX, por volta de 1850, a economia brasileira, em especial da província de São Paulo, estava centrada na produção de café cultivado nas fazendas ao redor de Rio Claro, com destaque para a Fazenda Ibicaba, do Senador Nicolau de Campos Vergueiro, político influente do Segundo Império. A disponibilidade de trabalho de escravos estava em declínio, em razão do movimento abolicionista, e Vergueiro teve a iniciativa de trazer grande quantidade de imigrantes alemães ao Brasil. Esses imigrantes, uma vez cumpridos seus contratos nas fazendas de café, foram aos poucos migrando para a cidade de Rio Claro, que era na época uma das mais importantes cidades do interior paulista.
A Missão de Basileia enviou em 1869 o primeiro missionário ao Brasil, Johann Jakob Zink, cujo objetivo era o de agrupar os imigrantes, proporcionando-lhes a oportunidade de reunir-se em congregações religiosas (em sua maioria evangélicos luteranos) e organizando escolas onde os filhos dos imigrantes pudessem receber instrução, já que lhes era vedado o acesso às escolas locais, por não dominarem o idioma nacional. Além de celebrar cultos e dar assistência à vida espiritual dos colonos, o pastor Zink se preocupava em oferecer às crianças o básico da educação formal, pois, naquela época, o sistema educacional no país e, principalmente na cidade de Rio Claro, ainda era bastante precário.
Em 1882, o pastor Zink lança as primeiras bases para a implantação de uma escola alemã em Rio Claro, designando seu irmão, um tecelão, como professor. Em seguida, Zink colocou um anúncio em um jornal evangélico da Alemanha, por meio do qual se procurava um jovem professor, de firme convicção cristã, que se dispusesse a permanecer no mínimo cinco anos em Rio Claro, recebendo um pequeno salário e vivendo na residência do casal Zink.
Theodor Kölle, então com 19 anos de idade e recém formado professor, aceitou o desafio. Ele chegou em Rio Claro no dia 02 de dezembro de 1883 e já no dia seguinte estava em sua sala de aula com 15 alunos, de 7 a 18 anos de idade. Theodor Kölle casou-se com Julie, a filha mais velha do casal Zink, e teve 12 filhos.
Em 1910, o professor Kölle admitiu uma primeira pensionista em sua residência, a aluna Klara Kuhlmann, cuja família residia longe da escola. Aberto esse precedente, o casal passou a receber outros pensionistas, evoluindo a escola para se tornar um internato, que funcionou com grande destaque entre 1910 e 1989, recebendo alunos procedentes de todo o território nacional.
Paulo Koelle, nascido em 1897 como sexto filho de Theodor, seguiu para a Alemanha com treze anos de idade, retornando somente 12 anos depois, em 1923. Em 1929, casou-se com Maria Luise Hohl, também filha de pastor luterano. Paulo Koelle tornou-se professor e educador na escola de seu pai, dedicando-se a esse trabalho integralmente e assumindo a direção da escola em 1932.
Ao longo de sua história, a escola enfrentou muitos desafios. Em 1892, eclodiu em Rio Claro a epidemia de febre amarela, que vitimou 21 pessoas da comunidade luterana e 331 habitantes de Rio Claro. Outra epidemia ocorreu em 1919, desta vez com a gripe espanhola, reduzindo para 12 os alunos do internato. Em 1929, o internato contava com cerca de 80 alunos procedentes de todos os recantos do Brasil. Porém, com a crise da bolsa de Nova York, no ano seguinte esse número caiu para 40 alunos, dos quais somente 14 pagavam regularmente suas mensalidades. Professores que haviam sido contratados nos anos anteriores tiveram que ser demitidos e até algumas das filhas de Theodor Kölle deixaram temporariamente a escola para trabalhar em outras cidades. Nos anos que se seguiram à II Guerra Mundial o internato recebeu um grande contingente de filhos de novos imigrantes alemães, que deixaram a Alemanha devastada pela guerra. O internato atingiu sua maior expansão em 1958, com 314 alunos.
Na década de 1980, ocorreu enorme expansão do ensino em todo território brasileiro, quando o Poder Público decidiu universalizar o acesso à educação de todas as crianças brasileiras. Ao mesmo tempo, a legislação trabalhista tornava cada vez mais onerosa a manutenção dos internatos. Em 1985, a direção da escola decidiu instalar o curso de Ensino Médio, prevendo a extinção gradativa do internato, que ocorreu efetivamente em 1989.
Atualmente, a escola vive uma fase de transição em sua gestão. Desde 2011 a direção geral da escola é exercida por Gunar Koelle. Com a presença de Teodoro, filho de Gunar, no cargo de diretor administrativo e com a colaboração de seus irmãos João, Larissa e Maria Beatriz, a família tem sua presença assegurada no Colégio Koelle por mais uma geração. Na área pedagógica, a escola tem procurado a profissionalização da gestão. Desde 2012, a direção pedagógica está sob responsabilidade de Rui Alexandre Christofoletti, ex-aluno da escola e que leciona no Colégio Koelle desde 1996.
O Colégio Koelle completa, em 03 de dezembro de 2018, uma existência de 135 anos, em que proporcionou uma significativa contribuição à educação brasileira, em estreita colaboração com a cidade de Rio Claro. Seus ex-alunos, espalhados por todo o território nacional e também no exterior, são testemunho da educação de qualidade proporcionada por essa instituição e levam consigo a sólida formação que adquiriram na convivência com os valores e atitudes praticados por seus educadores. A comunidade dos imigrantes alemães atendidos pelo fundador, professor e pastor Theodor Kölle, integrou-se à sociedade brasileira por meio de seus filhos, netos e bisnetos, hoje todos genuinamente brasileiros, mantendo de suas origens apenas os sobrenomes e a tradição cultural que lhes foi transmitida através de valores perenes e universais.
Ano de fundação: 1883
Grades: Educação Infantil até o Ensino Médio
Alunos: 1050
Professores: 87
Funcionários: 56
Localização: Rio Claro, São Paulo – Brazil
O Programa iPad
A jornada para introdução dos iPad no Colégio Koelle iniciou-se em maio de 2012, quando Gunar Koelle e seu filho, Teodoro, viajaram para os estados de British Columbia (Canadá) e Califórnia (Estados Unidos) com o objetivo de conhecer o sistema de ensino e visitar as principais escolas particulares e públicas destas regiões. O contato com as inovações tecnológicas presentes nesta realidade educacional, em especial o uso de dispositivos Apple, motivou o Colégio a desenvolver o seu próprio projeto.
Durante o ano de 2013, Teodoro e Rui participaram de congressos educacionais, conheceram empresas da área de tecnologia e visitaram 4 escolas que já usavam iPad em sala de aula (Colégio Objetivo/Sorocaba, Colégio Integral/Campinas, Escola Comunitária/Campinas e Colégio Palmares/São Paulo). Após esta fase de estudos, o Colégio estruturou o seu projeto com os seguintes elementos:
- Adoção do iPad apenas na 3ª série do Ensino Médio, no modelo 1×1 (BYOD – Bring Your Own Device).
- Adoção de material didático exclusivamente digital, elaborado pelos nossos professores, editado no iBooks
- Author e distribuído aos alunos pelo iTunes U.
- Adoção de sistema MDM (AirWatch) para os dispositivos.
- Instalação de firewall para rede de internet (Sophos).
- Instalação de pontos de acesso sem fio (Cisco).
O projeto foi implementado em 2014 na última série do Ensino Médio e obteve enorme sucesso, motivando o Colégio a expandi-lo para 2015. As mudanças para o segundo ano do projeto, devido a expansão ou buscando corrigir falhas encontrada no primeiro ano, foram:
- Adoção do iPad em todo o Ensino Médio, no modelo 1×1 BYOD.
- Criação de um laboratório móvel de iPad para todo o Ensino Fundamental I.
- Adoção de material didático exclusivamente digital adquirido das grandes editoras (Oxford, Moderna e Ática) em algumas disciplinas do 1º e 2º anos do Ensino Médio.
- Alteração no sistema MDM (Mosyle).
- Alteração na estrutura de pontos de acesso sem fio (Unify).
A expansão do projeto continuou apresentando excelentes resultados e determinou a decisão de elaborar um cronograma para as próximas etapas, até que todo o Colégio estivesse utilizando o iPad em sala de aula. Em 2016, no terceiro ano do projeto, as novidades foram:
- Adoção do iPad no 6º ano do Ensino Fundamental II, no modelo 1×1 BYOD.
- Alteração na estrutura de pontos de acesso sem fio (Ruckus).
- Introdução da disciplina de Educação Tecnológica na matriz curricular da Educação Infantil e Ensino Fundamental (2º a 9º anos), substituindo as antigas disciplinas de Informática e Robótica.
Em 2017, ocorreram duas importantes novidades: o iPad foi adotado no 7º ano do Ensino Fundamental II (modelo 1×1 BYOD) e um segundo laboratório móvel de iPad foi disponibilizado para os alunos do Ensino Fundamental I, devido o grande aumento na demanda por uso de iPad pelas professoras. Em 2018, o planejamento inicial elaborado em 2013 foi completado e todos os alunos do Ensino Fundamental II passaram a utilizar o iPad em sala de aula, no modelo 1×1 BYOD.